segunda-feira, 8 de outubro de 2007

'...dois braços servem para dar um abraço'


Este cais a que aportamos a cada dia é, cada vez mais, um salão de baile, uma sala de estar onde nos sentamos a conversar... Falamos sobre o que queremos, aquilo com que sonhamos. A alegria da vida está nestas pequenas coisas, nestas pequenas coincidências, nas pequenas palavras de amigos que quase sempre nos parecem grandes, belas e mágicas. Que nos confortam, que nos unem e quase parecem abraços. Alexandre O' Neill tinha razão quando escreveu Há palavras que nos beijam/ Como se tivessem boca/ Palavras de amor, de esperança,/De imenso amor, de esperança louca. E é verdade, há imagens que valem mais do que mil palavras, mas há palavras que valem mais do que tudo, porque ficam nos nossos ouvidos, no nosso coração. Deixemo-nos levar por essas brisas sonoras, as palavras dos amigos que vêm ao nosso cais... ao meu cais.


(Esta entrada é especialmente dedicada à Madrinha, que me costuma soprar muitas palavras dessas, das que parecem abraços.)




7 comentários:

Anónimo disse...

...assim como quatro braços servem para dar dois abraços!

Canção dos abraços, in Sérgio Godinho canta com os Amigos do Gaspar

Anónimo disse...

Belo The End, afilhada, com gato e tudo! E este é dos que não tem medo da água fria, mesmo depois de escaldado... não há muitos assim.
Que durem por muitas e muitas luas essas brisas doces, e que elas nos tragam sempre a este cais.

Beijo grande

Anónimo disse...

Um dia, aqui há muitos anos, um professor de saúde pública pediátrica finândês entrevistou três jovens, em Gotemburgo, com cerca de 16-17 anos: uma de classe baixa, filha de migrantes; um menino rico, com tudo o que precisava e não precisava de bens materiais, e uma jovem de 17 anos a quem uma malformação congénita tinha feito nascer sem: os dos braços (apenas ombros) e uma perna toda.

O filme mostra 30 minutos da vida de cada um.

No final, é bem patente quem tem autonomia, trabalho, vive só, diverte-se, é campeã de natação, anda de metro só, faz as compras no super, lê, cuida do seu visual, e até empurra os óculos com o "dedão" quando eles estão a descair.

Mas Bengt Lindstrom, o pediatra, ficou quase "indignado" com tanta resiliência e com um percurso de vida tão pleno, e fez a última pergunta, fatal, traiçoeira:

"E não tens pena de não poderes apertar a mão às pessoas?"
"Não" - respondeu Lena Maria, a capable girl -, "é da maneira que recebo mais abraços".

Está tudo registado em filme, para nossa reflexão.

Anónimo disse...

‘E assim por aí fora/ até que quando for a hora/ vão ser tantos os abraços/ que não vão chegar os braços. ‘ - Pois é Pedro, o senhor Gordinho anda sempre a passear neste cais e ainda bem… porque ‘É tão bom uma amizade assim/ Ai, faz tão bem saber com quem contar/Eu quero ir ver quem me quer assim/ É bom para mim e é bom pra quem tão bem me quer. ‘

Madrinha, esta brisa hoje era para ti… um agradecimento por outras brisas, noutros cais! Quanto à água fria, quem está habituada às águas do nosso Baleal, poucas outras são as que nos demovem! E o melhor de tudo é que, apesar das ondas destruírem alguns castelos de areia, há sempre novos braços para os reconstruírem.
Beijinhos

Anónimo disse...

Bonita história Mário Pipopó... a verdade é que os abraços são das coisas mais bonitas que há. São um gesto de protecção, de amor, de ternura, de força... ai os abraços apertados dão para sentir o calor dos corpos, a magia do sentir, do possuir... Costumo falar em 'abraçamar'... é bonito, não é?

beijinhos

Anónimo disse...

Abraçamar é lindo, afilhada. Fica quase tudo dito. Também gosto de inventar palavras.
beijos

Anónimo disse...

Pois é madrinha... experimenta que vale a pena... beijinhos