segunda-feira, 31 de março de 2008

Dias felizes


Estive uns dias ausente, a pôr as leituras em dia, a arrumar os papelinhos e papeletes que vou deixando espalhados por aí, com começos de tudo e de nadas e a comer a dose industrial de travesseiros que comprei na sexta-feira. Deu tempo para tudo. Apanhar o sol da manhã de Sábado, dormir a sesta na sombra da tarde, seguida de passeio a ver as pereiras que começam a estar em flor, umas mais precoces do que outras... Ir em buscar do pôr-do-sol e ficar com ele até ao último raio e acabar a dançar toda a noite até ser dia. Dormir até tarde no Domingo, almoçar a ver o rio e o dia a crescer mais do que ontem e acabar a noite nas páginas de um novo livro.


Hoje o dia amanheceu ao sol, de janela aberta a deixar entrar a brisa de uma segunda-feira sorridente e de um sol que se estende por uma tarde que me parece infinita a acabar num passeio pelas colinas de Lisboa. Um sobe e desce para o jardim da Estrela que me viu ser 'menina e moça', a andar de escorrega e a dar beijinhos atrás das árvores.


Dias de sorrisos, de abraços e de um braço a acenar para mim, tão longe e tão perto.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Obrigada!

Gosto de receber presentes, mesmo que seja só um ovo Kinder (três desejos de uma vez!), mas gosto. Gosto que me surpreendam, que não venham só nos dias em que já estamos a contar com eles, mas nos dias comuns, só para rasgar mais um sorriso. E hoje foi um desses dias. Recebi um bilhete para o Mark Knopfler, no Campo Pequeno. Já o vi uma vez, há dois anos, mas estava cheia de vontade de repetir, para recordar e renovar um abraço que não esqueço e para ouvir todos aqueles dedilhados mágicos que me enternecem o coração. Só para poder ouvir as minhas preferidas do Local Hero e chorar que nem uma Madalena arrependida, como faço de cada vez que oiço o disco - um dos da minha vida!


quarta-feira, 26 de março de 2008

'Aprendi a viver em pleno vento'

Hoje, estou meia de molho em casa. Ainda para mais, da janela da minha sala, o sol parece brilhar lá fora, apesar de tímido. Aproveito para ler e para me actualizar de um sem fim de coisas que se vão acumulando na mesinha de cabeceira, que mais parece um prolongamento da minha biblioteca. Não resisto a juntar ali os meus livros preferidos, os que estou a ler e os que já acabei, mas ainda não fui devolver ao lugar da prateleira. Mas hoje dedico-me à poesia, porque essa anda muito avoada na minha cabeça e anda muito dispersa pelos cantos da casa. Recuperei dois ou três livros que me apeteciam, li até mais não uma série de poemas de que tinha desejos, mas acabei ancorada neste.

Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei

Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso

Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo

Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento.


Sophia de Mello Breyner Andresen


Nota: fotografia roubada, sem autorização, do Porta do Vento.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Sensação de eternidade

Há livros que nos marcam. Ficam as histórias de amor e de ódio, de aventuras, de sonhos, e as paisagens que se desenham na nossa imaginação e que à vezes nos assaltam. Há frases que nos acompanham para sempre, sentimentos, às vezes uma saudade imensa depois da morte, da partida após a última página. Por vezes, há um voltar atrás, um reler e reconhecer nas páginas já lidas as histórias de outrora, mas fazendo renascer em novidade os pormenores que nos escaparam. Às vezes, deixo os livros meses sem fim em cima da mesa de cabeceira, um misto de preguiça em devolvê-los ao lugar na estante e de desejo de continuar a lê-los. Outras vezes, recupero o livro e trago-o de volta ao meu mundo, para relê-lo na diagonal, as páginas direitas de que mais gosto, as da esquerda que prefiro e aquele parágrafo no meio. E que vontade dá de me apoderar de todas as palavras e frases, de todo aquele sentir por inteiro de amores que não são meus, de histórias que queria ter para mim.

No sábado, fui ver El amor en los tiempos del cólera, adaptação de um dos meus romances preferidos de García Márquez. Gostei! Não ficou aquele sabor que recordava do livro, de eternidade, de permanência num estado mais ou menos levitante do amor. Ganhei algumas imagens e cenários que já não recordava ou que não tinha imaginado assim.

Mas, mal pude, fui reler 'aqueles' parágrafos que tão bem recordava, que ainda me traziam memórias de umas leituras matinais à beira-mar e de umas tardes ao pôr-do-sol, no Verão que já me parece tão distante. Mas elas continuavam ali, no seu sítio, nas mesmas páginas, que recordei com imenso prazer e, ainda mais, recuperei a sensação de eternidade.





(Shakira - Pienso en ti)

sexta-feira, 21 de março de 2008

Bom dia, Primavera!


Olhos postos na terra, tu virás
no ritmo da própria primavera,
e como as flores e os animais
abrirás as mãos de quem te espera.

Eugénio de Andrade


(Mariza - Primavera)

quarta-feira, 19 de março de 2008

Canção de embalar

Perder-me de cansaço e entregar-me em teu regaço, enquanto me beijas o cabelo de madeixas loiras e me cantas o Lullaby baixinho, devagarinho, como se fosses a melodia de um sonho que se começa a desenhar no inconsciente, onde há um campo verde, muito grande, quase sem fim, um riacho e um céu azul a cobrir a paisagem alada.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Magic Monday

Já soube o que isto era, já soube o que era acordar assim.
Mas hoje cantaria: It´s just another magic Monday.



(The Bangles - Manic Monday - original video,1986)

It's just another manic Monday
I wish it was Sunday
'Cause that's my funday
My I don't have to runday
It's just another manic Monday

domingo, 16 de março de 2008

Tributo

Aos amigos com quem contamos nas horas a preto e branco e nos dias de arco-íris.




(Dionne Warwick & Friends - That's What Friends Are For)

Keep smiling, keep shining
Knowing you can always count on me, for sure
That's what friends are for
For good times and bad times
I'll be on your side forever more
That's what friends are for

Passeio


Gosto dos fins-se-semana perfeitos: feitos de passeios, de descanso, de leitura, de sol e céu azul, de abraços e beijos, de sonhos e maresias. Ontem, andei quilómetros junto ao mar, deitei na areia que o sol já aquece, sentei na esplanada para comer polvo à lagareiro, passeei de mão dada, de face ruborizada. Passeei pela brisa da manhã, pela brisa da tarde e depois pela da noite. Sempre de mãos dadas com boa música, cantada a três vozes, nos trios inigualáveis de que tantas saudades tinha!

sexta-feira, 14 de março de 2008

Cantinho da Biblioteca (V)

De todas as paixões a que nos é mais incógnita é a preguiça. É a mais ardente e a mais maligna de todas, ainda que a sua violência seja imperceptível e que os seus danos se escondam. Se observarmos com atenção o seu poder, notaremos que ela se torna sempre mestra dos nossos sentimentos, dos nossos interesses e dos nossos desejos. Ela é a demora que tem a força para fazer parar os maiores navios, é uma calmaria mais perigosa para as grandes empresas do eu do que os bancos de areia e do que as maiores tempestades. O repouso dado pela preguiça é uma sedução secreta da alma, que pára de repente as lutas mais inflamadas e as resoluções mais obstinadas. Enfim, para se dar uma verdadeira ideia desta paixão, é preciso dizer que a preguiça é como que um estado de beatitude da alma, consolando-a das suas perdas e ocupando o lugar de todos os bens.


François La Rochefoucauld, in Reflexões.

'O poder de um sorriso'

Agora sim, posso responder-te com todos os sorrisos e com todas as lágrimas de alegria. Agora sim, podes olhar para mim, entrar no meu olhar e ver a verdade, ver o pôr-do-sol, a lua, as estrelas e a manhã de maresia. Podes entrar e sentar num banco de jardim e ficar comigo a ver-me sorrir para a vida, para a manhã, para o dia. É a alegria em gargalhadas e abraços felizes, é a felicidade desenhada em leves traços de pastel azul numa tela quase em branco. É um bate-bate do coração que também sorri e a magia do dia que ainda vem.

(Michael Jackson - Smile)
Nota: Ana, para ti, mil sorrisos.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Melodia Matinal (II)

Fossem todas as manhãs como a de hoje, eu era feliz.



(Elton John - Blue Eyes)

quarta-feira, 12 de março de 2008

A cantar com um taxista

Acabei de chegar a casa. Como já era tarde, apanhei um táxi, julgando que seria mais uma monótona viagem. Só queria chegar e aterrar no meu sofá. No primeiro sinal de trânsito o senhor perguntou-me:
- Importa-se que eu ponha um Cd?
- Eu? Não... - já magicando a pérola musical que sairia dali, já que a estas horas os taxistas se dividem entre a música pimba e os relatos de futebol.
- É o meu disco predilecto. - confesso que estranhei o uso da palavra, achei que só a minha tia a usava.
- Qual é? - não aguentei a curiosidade.
- É dos deuses da música, como lhes chamo... Simon & Garfunkel! Conhece?
- Adoro! - Socorro, nem queria acreditar! Afinal, enganei-me, o senhor tinha bom gosto!
- Eu também, ando sempre com uns discos gravados no táxi. Em casa tenho os vinil, mas aqui só dá os discos. Modernices.
- Pois, eu também gosto de os ouvir no gira-discos. - E lá pôs o disco. E avançou umas músicas, supus que iria pôr a sua preferida. Era o Cecilia, eu estava ainda sem palavras. - Se a menina quiser pode cantar, que eu também gosto de cantar.
- Mas eu canto mal!
- Eu também, mas como gosto muito, canto na mesma.
Quando dei por mim, estávamos os dois a cantar baixinho: 'Cecilia, you're breaking my heart, You're shaking my confidence daily, Oh Cecilia, I'm down on my knees, I'm begging you please to come home." E de seguida, lá andou mais umas para a frente e para trás... nem queria acreditar... o Sounds of Silence, que deu certinho até chegar a casa. São estes pequenos momentos do dia que nos alegram e que nos desenham sorrisos. Quando apanhei o táxi, nunca pensei acabar a cantar com o motorista. Ainda sorrio ao pensar. Assim, já tenho a banda sonora escolhida para esta noite!

Seria isto e aquilo.

A Ana pôs este desafio no Porta do Vento e hoje, como estou muuuuuiiiiitoooooooo bem disposta, resolvi pegar nele. Se eu fosse isto e se eu fosse aquilo, nunca seria uma coisa só, para quem me conhece sabe que gosto de ser tudo ao mesmo tempo. Como se costuma dizer... quem não me conhecer que me compre!

Se eu fosse um dia da semana, actualmente seria uma segunda-feira de manhã, ou um Sábado à tarde.

Se eu fosse um número, seria o 7, o 14 e o 21, por causa da canção... ‘sete e sete são catorze...’

Se eu fosse uma flor, seria uma ‘azeda’, daquelas que crescem bravias no campo, ou um malmequer branco, simples mas bonito!

Se eu fosse uma direcção, seria... não seria. Sou uma bússola descontrolada que vai ao sabor do vento.

Se eu fosse um móvel, seria... uma cadeira de baloiço em frente à lareira, com uma pilha de livros à volta, o gira-discos ligado e a janela aberta.

Se eu fosse um quadro, seria... ‘Mujer en la ventana’, de Salvador Dalí, mas na versão loira, sempre.

Se eu fosse um líquido, seria uma caipirinha ou um mojito.

Se eu fosse um pecado, seria… quase todos... pecar é bom!

Se eu fosse uma pedra, seria… uma pedra que andaria a passear pela areia.

Se eu fosse um metal, seria… ouro branco, pela elegância.

Se eu fosse uma árvore, seria… um jacarandá ou uma pereira em flor.

Se eu fosse uma fruta, seria… um morango, daqueles bem carnudos. Uma laranja também me ficava bem.

Se eu fosse um clima, seria… por onde passassem todas as estações, com aviso prévio.

Se eu fosse um instrumento musical, seria… um piano de cauda, numa sala grande, tocado por crianças.

Se eu fosse um elemento seria… a água.

Se eu fosse uma cor, seria… verde ou azul.

Se eu fosse um animal, seria… um coala, apetece-me. Mas uma andorinha também não me importava.

Se eu fosse um som, seria… o do vento, do cair da chuva e das ondas do mar revolto.

Se eu fosse uma canção seria… Tes Gestes de Reggiani. (Não fui eu que descobri, mas esta é mesmo verdade).

Se eu fosse um perfume seria… uma água de colónia de bebé ou o Comme des Garçons.

Se eu fosse uma comida, seria… um travesseiro de Sintra, alguém tem dúvidas?

Se eu fosse um cheiro, seria… o cheiro das compotas a fazer na panela, nas tardes de Outono.

Se eu fosse uma palavra, seria... saudade e maresia (‘Metade da minha alma é feita de maresia’ – Sophia de Mello Breyner Andresen)

Se eu fosse um verbo, seria… amar, amar, amar e amar... amor ardente.

Se eu fosse um objecto seria… uma panela de pressão, se isto se tratasse do que eu sou e não do que gostaria de ser. Mas preferia ser um barco à vela... Pensei dizer um espelho, mas depois estava a ser muito sincera.

Se eu fosse uma peça de roupa seria… uma carteira, umas sandálias brasileiras com uma cunha altíssima e uma mini-saia... ou um mini-bikini.

Se eu fosse uma parte do corpo, seria… os olhos que me fascinam ou umas mãos viajantes.

Se eu fosse uma expressão, seria… um sorriso ou um brilho do olhar.

Se eu fosse um desenho animado, seria… a Sininho do Peter Pan, com o meu feitio, não há dúvidas.

Se eu fosse um filme, seria… A Música no Coração e mais não digo.

Se eu fosse uma forma, seria… um losango, como na crónica do Lobo Antunes.

Se eu fosse uma estação do ano, seria… a Primavera e o Outono, pelas folhas nascidas e pelas caídas.

Se eu fosse uma frase, seria… um provérbio japonês: se caíres sete vezes, levanta-te oito!

Se ele vem, eu vou!

Se ele vem, eu vou!


19 de Julho de 2008 - no Passeio Marítimo

Sou apaixonada por esta voz... muito mesmo. Lembra-me sempre um baloiço de jardim e uma voz que o cantava só para mim, em tardes de Primavera, num dormitar ao pôr-do-sol. Lembro-me desta voz vinda de dentro das prateleiras de uma biblioteca, enquanto dançávamos e jogávamos snooker, dando corridas à lareira para nos aquecerermos e voltarmos para dançar mais. Lembra-me os sorrisos, os olhares, de uma noite num quadradinho da minha sala ainda cheia de caixotes, numa longa valsa - momento de perfeita eternidade.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Coragem


FAZER O QUE ESTÁ CERTO EM VEZ DO QUE É FÁCIL.


Nota: Um conselho a um herói que vai hoje lutar com o seu dragão - coragem.

Olha para o que me havia de dar...

Não me perguntem a razão, porque eu sei e não vou dizer, mas agora deu-me para gostar das segundas de manhã. Deve ser da idade. De acordar cedo, mesmo quando chove e eu saio sem guarda-chuva, mesmo quando o dia está cinzento e faz frio, me deitei tarde a ver um filme pela enésima vez. Mas a verdade é que estou muito bem disposta e hoje vai ser só cantarolar...


The Mamas & The Papas - Monday, Monday




Monday, Monday, so good to me
Monday mornin', it was all I hoped it would be
Oh Monday mornin', Monday mornin' couldn't guarantee
That Monday evenin' you would still be here with me.



Nota: Esta entrada foi feita a 4 de Março de 2008, terça-feira... estou mesmo apaixonada pelas segundas.

domingo, 9 de março de 2008

Quiero



(Pedro Guerra - Quiere)

Quiere que la quieras
Y le enseñes dónde queda
La felicidad
Quiere que la abraces y la calmes
Quiere que la dejes descansar
Quiere que sonrías
Y le cures las heridas
De la soledad

Nota: À Madrinha que, há uns tempos, me enviou um 'conselho'.

Felicidade de Domingo de manhã


O que é bonito neste mundo, e anima, é ver que na vindima de cada sonho fica a cepa a sonhar outra aventura. E que a doçura que não se prova se transfigura noutra doçura muito mais pura e muito mais nova.
(Miguel Torga)

sexta-feira, 7 de março de 2008

Noite dançarina

A noite foi longa e dançarina, numa pista ao vivo. Êxitos de sempre cantados a todas as vozes, dançados num enrola e desenrola de corpos bailarinos de uma noite. Começou assim...


(Lança Perfume - Rita Lee)

E acabou assim, tal como eu suspeitava...

Dia gastronómico



Ontem foi um daqueles dias em que nada me faltou: pequeno-almoço de rainha feito por mim, uma manga maravilhosa, café com leite e pão dessa mesma manhã; ao almoço, um cozido à portuguesa, um gelado dos novos, cheio de chocolate e caramelo; ao lanche, castanhas assadas, requeijão (infelizmente, sem doce) e, para terminar, um bom caldo verde e um pão com chouriço (muito mal cozido e acabado de fazer) às tantas da madrugada!
Um presente para a Cleo e uma promessa: para a próxima vamos juntas!

quinta-feira, 6 de março de 2008

Sem mais palavras


(Eric Clapton - Wonderful Tonight)

Antídoto

Como o sangue, corremos dentro dos corpos no momento em que abismos os puxam e devoram. Atravessamos cada ramo das árvores interiores que crescem do peito e se estendem pelos braços, pelas pernas, pelos olhares. As raízes agarram-se ao coração e nós cobrimos cada dedo fino dessas raízes que se fecham e apertam e esmagam essa pedra de fogo. Como sangue, somos lágrimas. Como sangue, existimos dentro dos gestos. As palavras são, tantas vezes, feitas daquilo que significamos. E somos o vento, os caminhos do vento sobre os rostos. O vento dentro da escuridão como o único objecto que pode ser tocado. Debaixo da pele, envolvemos as memórias, as ideias, a esperança e o desencanto.

Antídoto, José Luís Peixoto

Há séculos que eu não ouvia isto...


(Maria João & Mário Laginha feat. Lenine - Flor )

meu bem meu menino
me dê o seu sorriso
a sua gargalhada escancarada
me empreste seus pés morenos.

coberto de sol
veloz sobre o areal
em corrida descalça descarada
rei da praia herói sem igual

me devolva meu coco
seu moleque bonitinho
me dê a sua bochecha
pra eu lhe pôr um beijinho

não ria de mim
ria para mim.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Private joke - melodia matinal


Quem não sabe cantar canta como sabe...




Chora coração...
Passarinho na gaiola, feito rato no porão

terça-feira, 4 de março de 2008

Cantinho da Biblioteca (IV)


Um único minuto de reconciliação vale mais do que toda uma vida de amizade.
in
"Cem Anos de Solidão" Gabriel García Márquez

segunda-feira, 3 de março de 2008

MARIA GABRIELA LLANSOL


(Lisboa, 24 de Novembro, 1931 † Sintra, 3 de Março, 2008)

As palavras escritas numa vidraça embaciada pela chuva são sempre tristes. Não importa o seu verdadeiro significado.
(in "Intróito", de Os Pregos na Erva, 1962, 2ª ed: edições Rolim, 1987)

Nem é pedir muito...

A minha vida não tem sido como a canta a Bethânia, porque não tenho andado sozinha e quase tudo o que faço me dá prazer... a felicidade espeita em cada sorriso, em cada café, em cada almoço ou jantar, em cada dança, em cada passeio. Mas...

Eu queria ter na vida simplesmente
Um lugar de mato verde prá plantar e prá colher
Ter uma casinha branca de varanda
Um quintal e uma janela para ver o sol nascer

Boa semana



(Shower the People - James Taylor)

Gosto das segundas de manhã, que ainda sabem a fim-de-semana, que ainda sabem a maresias de Domingo, ou ares do campo de Sábado. Que ainda guardam no armário da cozinha os pastéis de Belém que chegaram quentinhos, agora que os travesseiros já acabaram! Gosto de acordar, abrir a janela de par em par e sair a cantarolar por aí, rua acima, rua abaixo. De parar um pouco na hora de almoço para passear e perder-me em horizontes, quando o rio espreita por entre as ruas da cidade, quando a luz da cidade é mais branca e dança em volta da Basílica da Estrela ou quando se passeia pelas ruas da Lapa, que vão desaguar ao Tejo.
Boa semana.