Este cais a que aportamos a cada dia é, cada vez mais, um salão de baile, uma sala de estar onde nos sentamos a conversar... Falamos sobre o que queremos, aquilo com que sonhamos. A alegria da vida está nestas pequenas coisas, nestas pequenas coincidências, nas pequenas palavras de amigos que quase sempre nos parecem grandes, belas e mágicas. Que nos confortam, que nos unem e quase parecem abraços. Alexandre O' Neill tinha razão quando escreveu Há palavras que nos beijam/ Como se tivessem boca/ Palavras de amor, de esperança,/De imenso amor, de esperança louca. E é verdade, há imagens que valem mais do que mil palavras, mas há palavras que valem mais do que tudo, porque ficam nos nossos ouvidos, no nosso coração. Deixemo-nos levar por essas brisas sonoras, as palavras dos amigos que vêm ao nosso cais... ao meu cais.
(Esta entrada é especialmente dedicada à Madrinha, que me costuma soprar muitas palavras dessas, das que parecem abraços.)
7 comentários:
...assim como quatro braços servem para dar dois abraços!
Canção dos abraços, in Sérgio Godinho canta com os Amigos do Gaspar
Belo The End, afilhada, com gato e tudo! E este é dos que não tem medo da água fria, mesmo depois de escaldado... não há muitos assim.
Que durem por muitas e muitas luas essas brisas doces, e que elas nos tragam sempre a este cais.
Beijo grande
Um dia, aqui há muitos anos, um professor de saúde pública pediátrica finândês entrevistou três jovens, em Gotemburgo, com cerca de 16-17 anos: uma de classe baixa, filha de migrantes; um menino rico, com tudo o que precisava e não precisava de bens materiais, e uma jovem de 17 anos a quem uma malformação congénita tinha feito nascer sem: os dos braços (apenas ombros) e uma perna toda.
O filme mostra 30 minutos da vida de cada um.
No final, é bem patente quem tem autonomia, trabalho, vive só, diverte-se, é campeã de natação, anda de metro só, faz as compras no super, lê, cuida do seu visual, e até empurra os óculos com o "dedão" quando eles estão a descair.
Mas Bengt Lindstrom, o pediatra, ficou quase "indignado" com tanta resiliência e com um percurso de vida tão pleno, e fez a última pergunta, fatal, traiçoeira:
"E não tens pena de não poderes apertar a mão às pessoas?"
"Não" - respondeu Lena Maria, a capable girl -, "é da maneira que recebo mais abraços".
Está tudo registado em filme, para nossa reflexão.
‘E assim por aí fora/ até que quando for a hora/ vão ser tantos os abraços/ que não vão chegar os braços. ‘ - Pois é Pedro, o senhor Gordinho anda sempre a passear neste cais e ainda bem… porque ‘É tão bom uma amizade assim/ Ai, faz tão bem saber com quem contar/Eu quero ir ver quem me quer assim/ É bom para mim e é bom pra quem tão bem me quer. ‘
Madrinha, esta brisa hoje era para ti… um agradecimento por outras brisas, noutros cais! Quanto à água fria, quem está habituada às águas do nosso Baleal, poucas outras são as que nos demovem! E o melhor de tudo é que, apesar das ondas destruírem alguns castelos de areia, há sempre novos braços para os reconstruírem.
Beijinhos
Bonita história Mário Pipopó... a verdade é que os abraços são das coisas mais bonitas que há. São um gesto de protecção, de amor, de ternura, de força... ai os abraços apertados dão para sentir o calor dos corpos, a magia do sentir, do possuir... Costumo falar em 'abraçamar'... é bonito, não é?
beijinhos
Abraçamar é lindo, afilhada. Fica quase tudo dito. Também gosto de inventar palavras.
beijos
Pois é madrinha... experimenta que vale a pena... beijinhos
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