quinta-feira, 4 de outubro de 2007

"Preciso de ti como de pão para a boca!"

Hoje tenho vontade de falar de romantismos. Por isso, deixo-vos com uma imagem onde se pode ler: "Preciso de ti como de... para a boca!"
Mas já que falamos de romantismos, sem querer quebrar a magia, acrescento um excerto do Livro do Desassossego de Fernando Pessoa, assinado pelo seu semi-heterónimo Bernardo Soares (ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa). Para que se saiba que o amor feliz não é uma utopia, apenas uma (in)constante busca pela felicidade. É um alerta aos apaixonados!


"O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o príncipio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida."

15 comentários:

M. disse...

quem acha que é ponto assente
que isto nunca vai mudar
e que o melhor é começar a apanhar
umas chapadas
a vida é feita de pequenos nadas


um papo-seco cheio de amor.

Anónimo disse...

"Ouvi dizer que quase tudo vale pouco
quem o diz não vale mesmo nada
porque não julguem que a gente
vai ficar aqui especada
à espera que a solução
seja servida em boião
com um rótulo: Veneno!
é para tornar desde pequeno
às colheradas
a vida é feita de pequenos nadas"

Antes pequenos nadas, do que "nada mesmo"

besitos m.

Anónimo disse...

Tou convosco... mas escolhi outro trecho da mesma música. Uma das melhores coisas no Sérgio Godinho é que tem frases para expressar quase tudo quando nos faltam o engenho e a arte.


Segunda-feira trabalhei de olhos fechados
Na terça-feira acordei impaciente
Na quarta-feira vi meus braços revoltados
Na quinta-feira lutei com a minha gente
Na sexta-feira soube que ia continuar
No sábado... fui à feira do lugar
Mais uma voltinha, mais uma viagem:
Fim-de-semana é para ganhar coragem!


Um beijinho para a m. e outro para a minha bloguista preferida.

Anónimo disse...

Acordar


Fizeste café!

Sei que fizeste café.
Como?

Quando saíste sorrateira
Da cama, dos meus braços
Depois da vez derradeira
E do quente e forte abraço

O teu sorriso perfeito
Não podia esconder nada
Era a paixão, a teu jeito
Na manhã iluminada

Conheço-te, por magia
Melhor do que a mim, até...
E é por isso que sabia
Que ias fazer café...

Anónimo disse...

GOSTEI... os meus marinheiros são usn artistas! Obrigada pela vossa colaboração... aqui o pipopó anda inspirado!

Beijinhos

Anónimo disse...

I'm back, afilhada!
E também deixo aqui uma singela quadrinha:

Este cais virou cozinha
enquanto daqui me fui:
pão, café e ratatouille,
não há nada para a madrinha?

beijos

Anónimo disse...

Este cais, nobre madrinha,
É muito polivalente:
Salão de baile, cozinha,
Pensão com água corrente.

Também servimos cafés
Delico-doces, da Nespresso,
Conhaque, por seres quem és,
Mais um charuto e o Expresso

Cá se celebram jantares
Vai-se à varanda e à retrete
Depois de nobres manjares
Como uma doce omelete...

Um beijo

Anónimo disse...

Agradeço esse conhaque
(só se for Napoleon!)
e um par que venha de fraque
sem charuto e sem plastron.

Quanto à ceia, venha mais
assim que acabar a dança
porque a retrete, num cais,
é tudo o que a vista alcança!

Anónimo disse...

Olha que poetas que eles andam os dois! Mas para a poesia, a mim faltam-me ‘o engenho e a arte’… e também um dicionário de rimas! Fiquem a saber que aqui neste cais se come muito bem e que bebidas espirituosas não faltam… Aqui cozinham-se os sabores do mundo, ensinados por outros marinheiros da minha vida (Madrinha, também já me deste uma receita!). Receitas antigas, com as especiarias da modernidade, um toque levemente picante, que a vida sem ‘salero’ não leva a grandes bailes! Trajem pois a rigor, vestido de noite e ‘paletó’, que eu faço um jantarinho um dia destes para os dois! Para quem quiser, por acaso, ainda há ratatouille, que isto é uma casa de família e a dose era grande!

beijos aos dois

Anónimo disse...

Com tanta fartadoria
E na retrete sem escolhos
O pior é a maresia
Que nos entrará... pelos olhos.

O balanço da refrega
Nas bordas do atracadouro
Vai mexer a beldroega
com o excelente vinho do Douro

Assim, parece arriscado
Esse cocktail molotov
Sugeria uma água do Sado
A ver a chuva que chove...

Anónimo disse...

OK, vou tentar versejar nesses modos:

Com um dicionário de rimas
é tão fácil versejar
rima a rima lá vai
a escrever sem parar.

É Sado com arriscado
Atracadouro cou Douro
Maresia com fartadoria
Chove com molotov

Aqui neste cais de rimas,
já só cá faltam as primas
para mais rimar
sem nada contar!

beijinhos

Anónimo disse...

LOL!! Grande poeta é o povo!

Beijinhos, afilhada. Bom esforço, mas acredito mais nos dotes de cozinheira. E de princesa encantada... :)

Anónimo disse...

Olha que eu escrevo boa poesia... um dia destes ainda ganho coragem e ponho aqui... escrevo versos desde os oito anos, quando escrevi um poema à minha mae... vai ver... mas sim, cozinho melhor...

Anónimo disse...

Ah, então quero mesmo ver isso!

Também comecei cedo (com 6 anos), com esta pérola da poesia surrealista:

" Eu não sou nenhum repolho
com certeza sou pessoa
o meu pai foi para o Porto
e a mãe foi a Lisboa "

Já prometia um Nobel, não achas?
beijinho

Anónimo disse...

Olha que começar pelos surrealistas não é nada mau, olha eu comecei com os pirosos... beijinhos

p.s. quando os encontrar cá em casa monstro-te