sexta-feira, 16 de novembro de 2007

São graças dos olhos do meu coração

Aqui fica, na voz de Uxia, o poema de Camões Verdes são os campos, com música de Zeca Afonso, porque me lembra outra vez uns olhos e porque houve um pedido de música galega... e alguns desejos são ordens...



P.S. Ao Miguel, esperando que se desenterrem os mortos. Vá lá... estamos curiosos...

7 comentários:

Huckleberry Friend disse...

Perdoe-se-me o despudor de lembrar a vez em que cantei esta música enquanto alguém dedilhava uma guitarra, num descampado da Serra da Estrela. Foi há muitos anos (como indicia a falta de self-consciousness), éramos muitos e aquecia-nos uma fogueira de vários metros de altura, pois embora fosse Verão a noite cortava.

Cantávamos todos e eu sorria em espelho com uns olhos verdes que uma grande amizade permite dizer que eram do meu coração, uns olhos verdes cúmplices e muito abertos, que vinham sempre a correr lá do fundo. Volta não volta, dizíamos um ao outro, à laia de piropo em ricochete: "Claro que as pessoas de olhos verdes são especiais".

A Inês era. Partiu da forma mais estúpida e cruel, aos 12 anos. Tinha nascido no mesmo ano que a dona deste cais e tenho pena de nunca as ter apresentado uma à outra. Hoje, quis o acaso que uns olhos azuis presentes e futuros me lembrassem uns verdes, passados e perenes. Obrigado, Sofia. Um beijinho da cor do limão.

Mad disse...

Continuas perdida em dois mares verdes... e fazes bem, pelo que leio aqui em cima. Beijos aos dois.

Dona Betã disse...

Esta música deixa-me sempre melancólico. Evoca-me um tempo em que não só os campos, tudo era verde cor de esperença na minha vida.

Vi este espectáculo na TV Galega e fiquei arrepiado de comoção. Hoje de novo.

Bom fim de semana, Sofia.
E bjj

Anónimo disse...

Lindo, afilhada. E que grande parceria, Camões e Zeca Afonso! Bom fim de semana, comam uns docinhos por mim.

Beijos

Anónimo disse...

Ah, e muitos parabéns, senhora doutora!!!

miguel disse...

Vi este concerto na TV e o outro, o do Zeca, ao vivo, no Coliseu dos Recreios.

O José Afonso privilegiou sempre a amizade e o encontro com o outro baseados nas afinidades culturais,de opção política ou de vida. Por isso, etiquetam-no e prendem-no a um estereótipo algo datado.

Mas o seu GÉNIO é imtemporal, tal como o são os de Bach ou Picasso, por exemplo. O tempo, claro, dar-me -á razão.

E obrigado, Sofia, por trazeres aqui a voz e a ternura dos nossos irmãos galegos.

Sofia K. disse...

Huck... não conheci a Inês, mas lembro-me sempre de dizeres que tinha olhos verdes e que vinha sempre a correr. Um beijinho especial

Mad, ainda bem que voltaste! Já tinha saudades... sabes uma coisa? Estamos mas é muito bem servidas... que pelo que li hoje, os verdes que te calharam a ti também não são nada maus... pela cor e pelas palavras!

JG, esta música arrepia mesmo... e é bom quando podemos reiventar a cada dia esse verde de esperança, mesmo que o céu esteja escuro como hoje!

Madrinha, sim comi imensos doces por ti, descansa! Só não te trouxe nenhum, para não engordares! ;) Preocupo-me contigo...

Miguel, os desejos destes meus marinheiros são ordens... depois também quero um post dedicado à mim, pode ser?

beijinhos a todos