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sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Sermão da sexta-feira

Questão é curiosa nesta Filosofia, qual seja mais precioso e de maiores quilates: se o primeiro amor, ou o segundo? Ao primeiro ninguém pode negar que é o primogénito do coração, o morgado dos afectos, a flor do desejo, e as primícias da vontade. Contudo, eu reconheço grandes vantagens no amor segundo. O primeiro é bisonho, o segundo é experimentado; o primeiro é aprendiz, o segundo é mestre: o primeiro pode ser ímpeto, o segundo não pode ser senão amor. Enfim, o segundo amor, porque é segundo, é confirmação e ratificação do primeiro, e por isso não simples amor, senão duplicado, e amor sobre amor. É verdade que o primeiro amor é o primogénito do coração; porém a vontade sempre livre não tem os seus bens vinculados. Seja o primeiro, mas não por isso o maior.

Padre António Vieira, in "Sermões"

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Castanhos-leão?

Fecho os olhos e vejo os teus, castanhos de amêndoa. Lá dentro um sorriso. E é nesse alento que me deito vendo-os brilhar num improviso de paixão.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Micronarrativa (VIII)


O Beijo, de Constantin Brancusi, em 1910


É em ti que penso quando chega a hora de sonhar e acabo por sonhar connosco. Lembro com a inspiração por entre suspiros, o toque do teu cabelo macio que quando deslizava a meu lado, fazia arrepios. É a tua pele morena que se estrelaça entre os meus sonhos de marés vivas, e os teus olhos azuis que me iluminam o caminho do sonho. Vem ter comigo, mesmo que seja só em pensamento. Abraça-te a mim. Senta-me a teu colo e deixa-nos ser madrugada.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A nova geração...

Para acabar com os preconceitos e mitos do carrapito, da saia lápis, dos óculos na ponta do nariz e ausência de beleza... eis a nova geração de bibliotecárias... EU!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

País de cigarro livre

Ontem, enquanto pensava ir ao Procópio, só me vinha uma ideia à cabeça: será que lá se pode fumar? Confesso que não imaginava aquele lugar sem as chaminés por cima dos habitués... Na verdade, acho que até perdia um pouco o encanto e o ambiente característico dos charutos, cigarrilhas, cigarros e cachimbos! E não é que se pode mesmo! Há coisas que ainda bem que não mudam... País de cigarro livre, já dizia o Garrett.

(...) No entretanto vamos acender os nossos charutos, e deixemos os precintos aristocráticos da ré: à proa, que é país de cigarro livre.

Não me lembra que lord Byron celebrasse nunca o prazer de fumar a bordo. É notável esquecimento no poeta mais embarcadiço, mais marujo que ainda houve, e que até cantou o enjoo, a mais prosaica e nauseante das misérias da vida! Pois num dia destes, sentir na face e nos cabelos a brisa refrigerante que passou por cima da água, enquanto se aspiram molemente as narcóticas exalações de um bom cigarro da Havana, é uma das poucas coisas sinceramente boas que há neste mundo.

Fumemos!

Aqui está um campino fumando também gravemente o seu cigarro de papel, que me vai emprestar lume.
– «Dou-lho eu, senhor...» acode cortesmente outra figura mui diversa, cujas feições, trajo e modos singularmente contrastam com os do moçárabe ribatejano.
Acenderam-se os charutos, e atentámos mais devagar na companhia em que estávamos.
in Viagens na Minha Terra, Almeida Garrett (1799-1854)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Saudades...

Em memória de uma viagem a Trevélez...
Fotografia encontrada aqui.


A casa da saudade chama-se memória: é uma cabana pequenina a um canto do coração.
Henrique Maximiliano Coelho Neto - escritor brasileiro (1861-1934)

Oh Soledad, dime si algún día habrá
entre tú y el amor buena amistad.
Vuelve conmigo a dibujar las olas del mar,
dame tu mano una vez más.
(Oreja Ve van Gogh - Soledad)

Que nunca caiam as pontes...

A melodia não é perfeita e não fica no ouvido, não é de longe a melhor de Pedro Abrunhosa, que deu em cantar neste ritmo falado, mas há qualquer coisa que me prende ao poema e que me faz cantá-lo também!



Eu tenho a terra,
Tu tens as mãos,
Tens o desejo
Que bata em nós um coração.
E eu, e tu,
Perdidos e sós,
Amantes distantes,
Que nunca caiam as pontes entre nós.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

A bela adormecida

Um poema que diz muito das minhas manhãs do fim do ano... em que era só abrir os olhos para ver o mar. Mas também diz muito das minhas manhãs de fim-de-semana em que gosto de ficar a 'preguiçar'.

Pela manhã acorda-me
Não te esqueças de me abraçar
Completo
Sai com cuidado para não me acordar
Mas deixa o teu perfume aqui comigo
Para que possa sonhar contigo quando não estás
E assim ficas junto de mim
Abraçados
Algures.

Nota: encontrado aqui.

domingo, 30 de dezembro de 2007

Desejos de Ano Novo do Chico



A minha nega me pediu um vestido
Novo e colorido
Pra comemorar
Eu disse:
Finja que não está descalça
Dance alguma valsa
Quero ser seu par
(...)
E quem for cego veja de repente
Todo o azul da vida
Quem estiver doente
Saia na corrida
Quem tiver presente
Traga o mais vistoso
Quem tiver juízo
Fique bem ditoso
Quem tiver sorriso
Fique lá na frente
Pois vendo valente
E tão leal seu povo
O rei fica contente
Porque é Ano Novo

Que o ano 2007 acabe em beleza e o de 2008 comece em alegria ainda maior... também com estes olhos a cantar para nós, não é difícil.

Nota: prometo responder aos comentários mal volte a Lisboa, mas obrigda a todos.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Cumplicidades... e um presente!

A música tem o poder de saber dizer aquilo que às vezes nos custa, ou aquilo que não somos capazes de dizer. Gosto de roubar pequenos versos, pequenos pedaços de muitas delas e cantá-las em momentos oportunos! Assim, algumas músicas vão aos poucos sendo 'nossas'... e minhas, já tenho tantas... Hoje, em duas delas, descobri esta cumplicidade:


Mi escondite, mi clave de sol, mi reloj de pulsera,
una lámpara de Alí Babá dentro de una chistera,
no sabía que la primavera duraba un segundo,
yo quería escribir la canción más hermosa del mundo.
(...)
Nunca pude cantar de un tirón
la canción de las babas del mar, del relámpago en vena,
de las lágrimas para llorar cuando valga la pena,
de la página encinta en el vientre de un bloc trotamundos,
de la gota de tinta en el himno de los iracundos.
Yo quería escribir la canción más hermosa del mundo.

(Joaquín Sabina)

Te voy a escribir la canción más bonita del mundo,
voy a capturar nuestra historia en tan solo un segundo.
Y un día verás que este loco de poco se olvida,
por mucho que pasen los años de largo en su vida.

(Oreja de Van Gogh)

sábado, 8 de dezembro de 2007

Experiência culinária

O que vou tentar fazer hoje, apesar de as más línguas dizerem que não vou conseguir...

Nota: Para quem não percebeu, são azevias de batata-doce...

E já agora uma música da quadra...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Upside Down Christmas Tree


O verdadeiro espírito natalício...

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Fim-de-semana delicioso

Bem, vou fazer uma pausa, não para pensar, mas para comer... Esta é a antevisão do meu fim-de-semana gastronómico! Deixo-vos com uma fotografia e um piscar de olhos aos mais invejosos.
Notas de fim-de-semana aos amigos:
Miguel: vê lá se o parto é este fim-de-semana;
AV: boas arrumações e lá nos encontraremos depois;
Mad: não morras de inveja, quem engorda sou eu;
Huck: vamos ver quem engorda menos;
Ana L. Costa: um beijinho especial desta amiga;
Madrinha: trago-te um doce, tu mereces!

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Resposta a uma provocação

Em resposta a uma provocação na blogosfera, aqui vos deixo esta delícia de anúncio. Não só pelo Martini, esse néctar que acompanha o pôr-do-sol, antecede jantares e fins de tarde na cozinha, entre amigos, mas também pelo protagonista do anúncio - George Clooney! Quem mais poderia ser? É sem dúvida Magnífico! O facto de ser a preto e branco dá ainda mais charme ao galã.
Se os poetas têm uma musa inspiradora, uma diva que os ilumina, eu, comum mortal, que tenho os poetas como almas de outro mundo, pelo peso da alma que carregam, tenho estes pequenos momentos magníficos da vida. São eles que me inspiram para escrever com os lábios, ou com o coração, pequenos sorrisos platónicos.

Um desejo: só gostava que ele me cantasse I´m Your Man!

Deixo-vos com a música, na voz do Leonard Cohen, para poderem imaginar, já que sonhar é para todos...