Cacilhas - Ginjal (foto de António Melenas)
Ao fim da tarde, do outro lado do Tejo, a cidade de Lisboa vai-se desenhando em sombras e pontos de luz amarelos e encarnados, como um lençol que se abre e se estende à beira-rio. Vai crescendo em pontilhado e nós, ali sentados, a ver o dia desaparecer, adivinhando nas sombras os lugares do lado de lá. O céu alaranjado que nos rodeia vai ficando mais escuro até nascerem no céu as estrelas do Inverno. Devagar, o dia vai dormir e nós com ele deixamo-nos ficar sentados, envoltos na ternura do fim do dia e do ano. Sem pressas, o mundo vai passando como as águas do rio em maré cheia, por entre as ondas onde poisam dois cacilheiros iluminados.
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