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sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Fim de tarde no Ginjal

Cacilhas - Ginjal (foto de António Melenas)

Ao fim da tarde, do outro lado do Tejo, a cidade de Lisboa vai-se desenhando em sombras e pontos de luz amarelos e encarnados, como um lençol que se abre e se estende à beira-rio. Vai crescendo em pontilhado e nós, ali sentados, a ver o dia desaparecer, adivinhando nas sombras os lugares do lado de lá. O céu alaranjado que nos rodeia vai ficando mais escuro até nascerem no céu as estrelas do Inverno. Devagar, o dia vai dormir e nós com ele deixamo-nos ficar sentados, envoltos na ternura do fim do dia e do ano. Sem pressas, o mundo vai passando como as águas do rio em maré cheia, por entre as ondas onde poisam dois cacilheiros iluminados.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Viagem

Deixo-vos com um poema de Miguel Torga, porque é sobre ele que ando a preparar uma entrada (talvez logo à noite!). Um convite para conhecerem melhor este autor. Mas encontrei o poema 'Viagem', que falava em cais, em mar e marinheiros. Mas a vós vos peço que não partais, mas antes que vos chegueis mais...

Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos.)
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Cais é onde tudo chega e tudo parte

"cais
s. m.,
lugar que, à beira de um rio ou porto, serve para embarque e desembarque de pessoas e mercadorias; parte das estações do caminho-de-ferro ou do metropolitano em que se faz a descarga de mercadorias e onde embarcam ou se apeiam os passageiros."

Talvez não tenha feito uma semana desde o primeiro dia em que me atrevi a comentar um blog. Primeiro lia, depois não resisti a comentar e agora eis que inauguro aqui a minha casa. Pode vir quem quiser, não precisa avisar ou dizer quem é, desde que venha por bem.
Abri este espaço de artes e de letras, de sons e de cores, de sensações de de sabores, para que a magia de cada dia possa ser partilhada por nós, para que as pequenas coisas que nos fazem felizes, ou até mesmo tristes, possam aqui ganhar mais vida.

Cais é onde tudo chega e de onde tudo parte. É um espaço mágico, cheio de histórias para contar: novidades e histórias passadas, marinheiros antigos e novas marés. As minhas marés começam hoje e espero que continuem por muito tempo. É um cais para aportar na tempestade e para descansar na calmaria. E que os ventos soprem de feição, para que todos possam encontrar este cais onde ancorar... o meu.