Mostrar mensagens com a etiqueta MAR. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta MAR. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Pedaço-sorriso



As ondas quebravam uma a uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só para mim.

(Sophia de Mello Breyner Andresen)



Olho o mar, enfim quieto e calmo, e sinto o doce balançar da maresia. Ondas que vêm e vão, como ciclos, num eterno retorno ao renascer. Como ele, renasce a alma, enfim quieta e calma, num doce apaixonar pelos pedaços-sorrisos da vida.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Momentos perfeitos


('Viajante junto ao mar de neblina' (1818), por Caspar David Friedrich/ fotografia de PC)



Há na vida momentos em somos tudo e nada. Em que somos um quadro, uma música, uma fotografia. Quando cheguei a esta ponta da ria, algures na Costa da Morte, foi deste quadro que me lembrei... momentos perfeitos!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Micronarrativas (V)

Quando me calo e me perco no silêncio, meus olhos voam para outras paisagens, outros mundos perdidos. Sei que gostas de me olhar assim, perdida em mim, abandonada aos sons e aos ritmos que rodeiam um eu que se soltou! Sentada à beira-mundo, numa pedra das muitas, olho o mar, o horizonte e o infinito. Perco-me lá longe, em alto mar, ao sabor das ondas que me balançam e navego de olhos abertos. Regresso a nós chamada pelos teus olhos verdes e teus dedos morenos que penteiam meus cabelos rebeldes ao vento. Sei que só tu conheces as viagens dos meus silêncios, a que chamamos melancolias.



(recitado por Alejandro Sanz)

Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.

Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía;

Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle con el silencio tuyo.

Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.

Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.

Pablo Neruda in Cien Sonetos de Amor

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Micro-narrativa (II)

(Mar do Baleal - FL - 09/05/2003)


Quem me dera ser onda, enrolar-me na areia, soltar-me do ar e morrer para renascer a cada instante. Ser sempre nova e renovada, feita de matéria outra a cada instante e ter cada gota de água por amante. Ser feroz nos dias cinzentos, soltar as amarras e lançar-me contra as rochas, para me dividir e multiplicar. Ser pairar nos dias felizes, quando o azul do céu é azul em mim.