
Mais tarde, já era depois das noitadas que nos encontrávamos ali, com o Avô, que nunca deixou de ter idade para lá estar até fechar. Lembro-me do sorriso com que nos recebia, mesmo sabendo que, naquele dia, a conta iria quadriplicar, mas tínhamos direito a pedir tudo... e lá vinham o bitoque, a sopa, as batatas fritas, as imperiais...
Hoje voltei lá, depois de uma noitada, depois de um concerto da Teresa Salgueiro. No caminho de casa, fiz marcha atrás e soube, imediatamente, que tinha de voltar ali, porque é um sítio tão especial, tão meu. Estava cheio, mas os nossos lugares ainda estavam vazios, como que à nossa espera... sentámos e recordámos... o Avô, os serões ali passados, as conversas que tivemos, mas houve uma coisa que me fez sorrir muito: a imagem daquele sorriso com que nos recebia! Muitos dizem que tenho um igual ao dele... nunca acreditei muito nisso, mas hoje, acho que estava igualzinho!