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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Memórias felizes...

Porque estou em casa com uma febre chata, uma alergia insuportável e umas dores de pescoço que já não posso, resolvi pensar nas manas e no que é bom estar doente quando estamos todos juntos... Agora, quem é que me faz uma torrada?

Quando elas nasceram eu tinha três anos. Queria que fossem dois, mas vieram duas. Fui eu que adivinhei o número, mesmo antes da ecografia. Vi a barriga da minha mãe crescer sem parar, dentro de um fato de banho lindo, para que as meninas aparecessem mesmo a meio do Verão. A minha mãe era a grávida mais bonita do mundo. Cerregava aquelas duas pestes que viriam a dar-me grandes trabalhos, ainda hoje! A Ana chorava sem parar e foi eleita a campeã da birra, até tinha um quarto especial dos castigos, onde podia amuar à vontade, deve ter sido aí que aprendeu a cantar tão bem. A Pipa era pelo contrário a mais doce criatura, sempre caladinha, sempre quietinha, sem dar grandes confianças, mas pela calada a mais reguila, que me roubava definitivamente os brinquedos e que tinha os amuos mais subtis do mundo.

Às vezes, quando nos vejo em fotografias ainda sinto o calor do nosso trio de sorrisos. Sempre de igual, de vestidos, saias de pregas, camisas de dormir e roupões e aquele gancho a prender o cabelo. Sempre fizemos duplas de amizade, à vez... eu era quem ficava mais vezes de fora. Concorrer com aquela união uterina era quase impossível. Muitas vezes quis um irmão para o desempate, mas ele nunca chegou. Crescemos tanto que hoje são as duas mais altas do que eu, mas continuamos a fazer pares de amizade muitas vezes, outras já fazemos trios. É a vantagem de se crescer.

É por recordar essa infância que ponho a cena de um filme que tantas vezes dançámos e cantámos e que me traz tantas saudades. Porque ontem almoçámos as três e sabe muito bem voltar aos sítios onde fomos felizes juntas.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

És de afectos?


Há pouco tempo, a X. perguntava-me:

- És de afectos?

- De afectos como?

- De beijos e abraços?

- Sou, pois! E muito! De mimos, beijos e abraços. De deitar ao colo, de dormir ao colo, de pedir colinho e de dar colinho e fazer miminho! De chuchar no dedo quando não consigo dormir, de fazer cafuné nos cabelos, de apertar bochechas, mordiscar orelhas, pentear os cabelos desalinhados, desenhar sorrisos, dar a mão, de deitar o ouvido na coluna do coração e ficar a ouvir o bate-bate, de cantar baixinho, de escrever bonito nos guardanapos do pequeno-almoço só para ver sorrisos. De comprar flores, de gostar de flores e do azul do céu e do pôr-do-sol, das estrelas à noite e do luar no Verão... Se sou de afectos? Então não sou?