Este Sábado, estive em casa a ver o filme Expiação, em frente à lareira - um luxo. Já tinha lido o livro, uma delícia.
Ao filme faltam-lhe as entranhas das personagens que Ian McEwan tão bem sabe desvelar, num vocabulário primoroso. Há o desenhar da elegância das personagens, uma fotografia nítida que oscila entre a luz e a sombra, como as próprias personagens. O ponto alto do filme, a cena de Byron no fim da sua vida (Vanessa Redgrave), num monólogo formidável, onde se revela a verdadeira história, a maturidade de assumir um erro eterno. A sensação de que nem sempre é possível voltar atrás, nem sempre se pode emendar aquilo que se faz. A nítida consciência de um 'realismo insuportável' de que fala o autor, onde se confrontam o amor, a culpa e o perdão e a necessidade que temos de tentar reescrever a realidade para podermos estar em paz.
Recebeu um único Óscar, o merecido, pela banda sonora, a cargo do italiano Dario Marianelli.
Recebeu um único Óscar, o merecido, pela banda sonora, a cargo do italiano Dario Marianelli.
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