terça-feira, 24 de junho de 2008

Labirinto

Não perguntes, que eu não respondo.
Não me olhes, que eu não sei o que dizer.
Não me digas nada, que eu não sei o que fazer!




(...)
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!


José Régio, Cântico Negro

4 comentários:

Mário disse...

É bom saber por onde não se vai, para depois as opções de caminhos, melhores ou menos boas, serem sempre positivas.
Tudo (ou quase tudo) é relativo, circunstancial e episódico.
Os grandes valores da Humanidade triunfam, ou já não estaríamos aqui.
Mas não vou expressar "piedosas intenções" nem "banais conselhos" - como escreveu João dos Santos: "se não sabe, porque é que pergunta?".
Beijinhos

João Paulo Cardoso disse...

E quando as mulheres se sentiam cada vez mais perdidas, os homens inventaram o GPS...

Beijos.

miguel disse...

Os mestres das metodologias de ensino são quase unânimes no mesmo: se não se sabe o caminho,não se chega a lado nenhum ou então acaba-se mesmo por ficar pelo caminho. A busca de caminhos que levem a algum lado é talvez a grande questão que se põe a quem ensina.Um pouco a angústia do poema, mas com um sinal, digamos, ao contrário.

Sofia K. disse...

Mário, ora aí está... e porque 'valores mais altos se alevantam', o labirinto está a chegar ao fim! Acho até que nos encontramos algures, não é verdade, numa praia cheia de luz!
beijinhos

JP, tu existes? LOL Fizeste-me rir, obrigada! Mas olha que há quem diga que eu, para mulher, sei muito bem ler mapas! ;-)
beijinhos

Miguel, descansa que eu já encontrei o caminho...
beijinhos