Dias de sol. Acordar pela manhã, com os raios a rasgar as riscas verticais do cortinado e a fazer despertar as almas mais quietas. Apenas acordar. Esperar pelo pão quente e o jornal, ainda o sol se começa a levantar. Desfazer as malas e encontrar a roupa de praia. Sair para passear como se navegássemos pela madrugada dentro, no caminho para a manhã de luz. Procurar o lugar ao sol numa esplanada virada para a marina. Voar com as ondas do vento até ao abrigo da piscina, sempre tão azul, tão fria, mas quase só nossa. Entre braçadas, mergulhos orgulhosos e fotografias de sorrisos, vamos deixando que o dia passe, que a tarde chegue enfim, para cairmos em quase sestas de fim de tarde em frente ao mar de que temos saudades infinitas. Ouvimo-lo murmurar, chamando por nós, mas a areia quente canta mais alto e ficamo-nos por ela. Jantar fora, tarde, sem horas, e deixarmo-nos cair na cama, como crianças que todo o dia correram na praia, atrás da bola, a fazer castelos de areia, a saltar as ondas e dar mergulhos, como golfinhos em alto-mar.
Acordar de novo e despertar para um novo dia, com o mesmo entusiasmo dos dias repletos de surpresas. Os presentes, as alegrias e novos sorrisos infantis que vêm ao nosso encontro. Como são puros os sorrisos das crianças. E que saudades desses dias em que a água nunca estava fria, em que o vento nunca despenteava, em que corríamos ao lado do mundo, ao mesmo ritmo, às vezes mais velozes.
Passear ao fim do dia, vendo o recolher das andorinhas em voos rasantes, um último mergulho, seguido de uma corrida para o banho de água quente numa banheira à nossa espera. E o mundo quase parado, apenas a navegar, numas horas que quase não passam.
Olhar o corpo bronzeado e ganhar coragem para o vestido e para os saltos altos. Sair para jantar e a acabar a noite, quando já vai grande a madrugada, a dançar na pista. A noite pára, chega a hora e amanhã já é dia de voltar.
4 comentários:
Ficas probida de escrever estas coisas quando há pessoas a trabalhar em cubículos exíguos!!
Bolas!!
Beijos.
Desculpa, mas não resisti...
E agora deu-me uma saudade! Está um calor aqui no meu cubículo... O que me vale é a companhia do Moustaki e faltarem cinco minutos para ir embora...
beijos
Cada um tem a sina que tem
Os caminhos são sempre de alguém
Ao Sul...
Ouço a canção do João Gil em repeat enquanto escrevo isto. Só variam as vozes: Nuno Guerreiro, Isabel Silvestre, nós numa auto-estrada qualquer ou na malfadada N125. Pela memória desfilam Algarves vários e um despertador humano toca às seis da manhã. Carrinho de bebé ou operação stop? A repetir algum, que seja o primeiro. Beijinhos meridionais!
Ai que saudades! Não da operação STOP claro, esperemos qye essa nunca nos apanhe a sair da noite! ;)
beijinhos
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